Existem diversos métodos para a avaliação da composição corporal, os mais utilizados nos consultórios são bioimpedância e dobras cutâneas, estes dois são métodos duplamente indiretos, usam do princípio que metade a um terço da gordura corporal é subcutânea e esta apresenta boa relação com a densidade corporal . Além de duplamente indireto temos método direto (dissecação) e Indireto (DEXA, Espectometria de raios gama, pesagem hidrostática, etc..). O método considerado padrão ouro, que é utilizado em estudos científicos é o DEXA( densitometria por raios x de dupla energia), dificilmente encontrado em consultórios pelo alto custo. A bioimpedância se baseia na passagem de uma corrente elétrica de baixa amperagem, sendo os eletrólitos na água corporal excelentes condutores de corrente elétrica, já a gordura é um mau condutor de corrente elétrica, com isso a bioimpedância mede a resistência e a reatância, e estima água corporal total, massa livre de gordura e o percentual de gordura. Pode haver grande diferenças de resultados entre aparelhos diferentes de bioimpedância, pois diferem entre si na corrente, frequência e equações utilizadas, além disso o estado do paciente antes de realizar a bioimpedância pode interferir no resultado, como nível de hidratação, uso de diuréticos e ciclo menstrual. O percentual de gordura a partir das dobras cutâneas, parte do princípio que a espessura do tecido adiposo subcutâneo reflete proporcionalmente a gordura corporal total, são aferidas as dobras e utilizadas diferentes formulas para estimar o percentual de gordura. As mesmas dobras podem gerar diferentes resultados em formulas diferentes, além disso exige experiencia do avaliador para que as dobras sejam aferidas de forma correta. Qual o percentual de gordura que você chutaria para o Alexandre ? Esses foram os resultados que encontrei no mesmo dia, com diferentes métodos: Bioimpedância (Inbody R20): 8,8% Dobras cutâneas equação de Jackson e Pollock (7 dobras): 6,8% Dobras cutâneas equação de Guedes: 7,1% Dobras cutâneas equação de Durnin & Womersley: 13,1% Dobras cutâneas equação de Faulkner: 10,6% Se tivesse avaliado em mais uma marca de bioimpedância tenho certeza que teria mais um valor diferente. Qual destes é o mais correto? Nenhum! Todos estes métodos têm suas limitações, podem servir como um guia, mas não devem ser usados como único parâmetro, pois são apenas números e são variáveis. Não se gabe por ter 5% de gordura (percentual quase impossível de se chegar), pois em outro método você pode estar com 8%. É interessante considerar outras formas de avaliação, para apoiar os resultados de métodos duplamente indiretos como; espelho, numeração de roupas, furos do cinto, fotos e dobras cutâneas individualmente. Alguns procedimentos podem ser adotados para minimizar os erros na verificação da evolução da composição corporal como; usar sempre o mesmo método(mesma balança ou mesma equação) e seguir corretamente os protocolos. Conclusão: Não se prenda a números, eles são variáveis e tem suas limitações, a mudança da composição corporal vem junto com mudança de hábitos e saúde, e este a longo prazo é o parâmetro mais importante a ser considerado.