Na obesidade é comum o aumento da insulina e glicemia, nesta imagem um dos mecanismos propostos por Randle et al., de resistência a insulina . Com o acumulo de gordura dentro da célula, há uma elevação das taxas de Acetil CoA/ Coa e NADH/ NAD+, como consequência há inativação da piruvato desidrogenase, isto causa o aumento de citrato, inibindo a fosfofrutoquinase, aumentando a concentração intra-celular de glicose 6 fosfato que inibe a hexoquinase, resultando no aumento da glicose dentro da célula, consequentemente diminuindo a captação de glicose, aumentando a glicose e insulina sanguínea. Daí você pensa “estou obeso vou fazer uma dieta low carb, para não estimular insulina”, parece lógico, além de tudo que falei, insulina estimula lipogênese e inibe lipólise. O cidadão começa a dieta low carb comendo 4 ovos na manteiga, com 4 fatias de bacon e mussarela, depois come creme de leite com abacate, e assim vai ao longo do dia, pensando que a insulina é o único hormônio que pode causar lipogênese(acumulo de gordura).
Mas o que ele não sabe, é que uma alimentação rica em gordura, dependendo do contexto geral também pode causar lipogênese, independente da liberação de insulina, um dos mecanismos que isso ocorre é pela ação da ASP, Acylation Stimulating Protein, produzida no tecido adiposo, que aumenta a atividade de enzimas que fazem lipogênese. Não é somente com um tipo de dieta que se resolve a obesidade, as ideias apresentadas no texto, são uma agulha no palheiro, problemas hormonais, polimorfismos genéticos, entre outros muitos fatores podem afetar a perda de peso. Dieta low carb se bem feita, tem diversos pontos positivos, mas não é a salvação para tudo e para todos.