Bom Dia ! Hoje é dia dos Nutricionistas, parabéns para nós !!! Para comemorar nosso dia, nada melhor que uma postagem com compromisso a ciência, sem achismo. Cuidado com esses livros da Amazon que disseminam terrorismo nutricional, procurem ler as referências que usam, pois sempre há distorção da informação . Vamos começar com um texto do grande Nutricionista Marcelo Carvalho : Já pararam para pensar que se glicose (carboidratos) “É ou SÃO” realmente nociva(os) ao ser humano, ENTÃO PORQUE o corpo humano faz Gliconeogênese (síntese de glicose a partir de outros substratos)?????? SE realmente fosse nociva(os) ao ser humano, não haveria necessidade dessa produção de glicose endógena, certo?? ENTÃO, porque o corpo busca de todas as formas produzir glicose?? ENTÃO, porque o corpo encontrou forma de até mesmo estocar glicose no tecido adiposo, via glicerol?? Acontece que glicose está associada a VIDA, pois o processo de metilação do DNA, tem como base os doadores de grupo metil gerados a partir da glicose. Sem contar a geração de Ribose para integrar bases nitrogenadas (ADP, ATP…) Enfim, GLICOSE é vida! O que depõe contra a saúde do ser humano são os exageros tanto para MENOS, quanto para MAIS!!!! E para continuar um trecho do texto do grande pesquisador Guilherme Artioli, sobre um artigo que tem sido muito comentado e distorcido nos últimos dias: Parece que esse estudo já está sendo distorcido para justificar algumas ideias e condutas... Publicado ontem, foram analisados ~135 mil adultos de 35-70 anos, de 18 países em 5 continentes, acompanhados por até 9 anos, totalizando ~5800 mortes e ~4800 eventos cardiovasculares. Algumas considerações: - consumo maior de carboidratos (e, portanto, menor de gordura) foi associado com mortalidade total (28% maior risco) e por causas não-cardiovasculares (36% maior risco); - maior consumo de carboidratos (e, portanto, menor de gordura) não foi associado mortalidade cardiovascular, tampouco com menor risco de eventos cardiovasculares; - essa associação ocorreu quando se compara o quinto da população que mais consome carboidrato com o quinto que menos consome carboidrato (77% vs. 45% do total de energia consumida). No 3º quintil (consumo médio de 60% de CHO), já não há mais risco aumentado; - a figura abaixo mostra com clareza que o aumento do risco de mortalidade começa a partir dos 60% de carboidratos; - esses dados não dão nenhum suporte a dietas low-carb ou very low-carb. Esses dados apoiam a ideia de que reduzir o consumo de CHO pode ser benéfico para aqueles que consumem MUITO carboidratos em sua dieta; - o consumo de carboidrato na população deste estudo foi bastante alto – bem acima do que muitos outros estudos costumam mostrar. Isso pode explicar a associação entre CHO e mortalidade; - embora o estudo não tenha diferenciado a fonte de carboidrato (alimentos integrais e fontes de fibras vs. açúcares e CHO refinado/industrializado), me parece prudente que, caso necessário, qualquer redução de CHO comece pela redução dos industrializados, dos açúcares e dos refinados (e não de frutas, e etc). De qualquer modo, o estudo é populacional, e não dá subsídios para recomendações individuais. Aconselhar-se com um profissional ainda é o melhor a fazer; - a principal mensagem do estudo está no contraponto feito às atuais recomendações POPULACIONAIS para consumo de gordura e gordura saturada. O estudo não viu aumento de risco com consumo de gordura total acima de 30%, e de gordura saturada acima de 10%, além de ter encontrado redução de risco com consumo (continua) principal mensagem do estudo está no contraponto feito às atuais recomendações POPULACIONAIS para consumo de gordura e gordura saturada. O estudo não viu aumento de risco com consumo de gordura total acima de 30%, e de gordura saturada acima de 10%, além de ter encontrado redução de risco com consumo de mono- e poli-insaturadas. Referência: Associations of fats and carbohydrate intake with cardiovascular disease and mortality in 18 countries from five continents (PURE): a prospective cohort study